Quando se fala em pesca industrial, logo se pensa em pesca em grande escala. Por isso, essa modalidade utiliza embarcações de médio e grande porte, exige infraestrutura portuária apropriada para o desembarque dos peixes e a relação de trabalho dos pescadores acontece por meio de vínculo empregatício com o responsável pela embarcação. Para a realização desta atividade que tem como objetivo a captura de grande número de pescado é necessário o uso de tecnologia sofisticada, diferente da pesca artesanal que é baseada em simplicidade.
O segmento da pesca industrial é exclusivamente voltado para fins comerciais e representa grande relevância social e econômica para o Brasil. Trata-se de uma atividade de base, fornecedora de matéria-prima para as grandes indústrias de centros de distribuição de alimentos.
A pesca industrial no Brasil é composta por cerca de 1.600 embarcações (de acordo com o Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira – SisRGP) e envolve cerca de nove mil trabalhadores dentro destas embarcações. Os principais portos de desembarque da frota industrial ao longo da Costa Brasileira são em: Belém (PA), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ), Santos (SP), Itajaí (SC) e Paranaguá (PR).
Os petrechos mais utilizados na pesca industrial são: arrasto de parelha (simples e duplo), emalhe (superfície, fundo e meia-água), espinhel (superfície e fundo), cerco, vara e isca-viva, garateias automáticas, linha de mão e armadilha.
Nas regiões norte e nordeste a atividade de pesca está direcionada a captura de piramutaba (apenas norte), pargo e camarões. Na região Sudeste/Sul as frotas industriais com maior produção pesqueira são as de emalhe, cerco e arrasto. Essas pescarias são multiespecíficas e cada modalidade possui variações nos petrechos que modificam sua forma de atuar e as espécies por elas capturadas. No entanto, algumas espécies se destacam tanto pela quantidade capturada quanto pelo valor econômico, entre elas: a sardinha-verdadeira e a tainha pela frota de cerco; a castanha e corvinapelas frotas de emalhe e de arrasto; camarão-rosa e camarão-barba-ruça pelas frotas de arrasto.
Desde 2004 o PROFROTA – Programa Nacional de Financiamento da Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira Nacional tem como finalidade proporcionar financiamentos para a aquisição, construção, conservação, modernização, adaptação e equipagem de embarcações pesqueira. O PROFROTA proporciona a sustentabilidade da frota industrial tanto costeira quanto continental, promove o máximo aproveitamento das capturas, aumenta e melhora a produção de pescado nacional e consolida a renovação da frota pesqueira oceânica brasileira.
O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) criou também no ano de 2004, uma política voltada para instalação de Terminais Pesqueiros Públicos (TPPs) que são estruturas destinadas desde a recepção do pescado até a sua distribuição para o mercado, com menos desperdícios e mais qualidade de produtos para os consumidores. Alguns importantes terminais já estão em operação, como no caso de: Santos (SP), Cananéia (SP), o de Laguna (SC), Camocim (CE) e Vitória (ES). Já os de Santana (AP), Cabedelo (PB), Salvador (BA), Ilhéus (BA) e Niterói (RJ) estão funcionando em esquema pré- operacional. Outros quatro TPPs estão em construção e mais sete são projetados pelo MPA.